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Declaração Artística

Para mim, Vicenzo Arendt, a arte é um subterfúgio expressivo, através do qual, exploro as camadas da identidade humana e os impactos do consumismo, paralelamente. Minha pesquisa busca fugir de narrativas lineares da história da arte eurocentrista, a partir do confrontamento de valores estéticos e sociais arcaicos que ainda hoje moldam as concepções de beleza, ética e sanidade.

Em algumas obras, como na série "O Último Recurso", examino as nuances do consumo excessivo de recursos e substâncias em uma era marcada pela efemeridade e busca desenfreada por soluções imediatas. Este trabalho é resultado de um meticuloso processo de pesquisa e experimentação. Nele utilizei técnicas de colagem de cartelas de remédios, pacotes de preservativos, cartões de crédito, desenhos e borboletas - que como item de paridade da série suscitam uma ideia de metamorfose e libertação. Durante a criação, percebi que o "último recurso" - título da série - não é o fim, mas sim um ponto de partida para uma nova vida de liberdade. Esses elementos agrupados e colados sobre uma tela de canvas, sugerem ao espectador uma reflexão sobre os excessos e a fragilidade da existência humana.

Além das obras supracitadas, "O Último Recurso" inclui cinco pinturas figurativas de corpos masculinos desprovidos de identidade facial, o que almeja incitar o público a explorar as camadas mais profundas do ego e a se desapegar de identidades superficiais. A presença recorrente da borboleta unifica as obras, simbolizando a metamorfose e a possibilidade de renovação e libertação.

Em a "Libertação do Corpo", uma série de auto-fotografias na qual uso meu corpo nu para refletir sobre padrões de beleza e desafiar a percepção do corpo ideal difundida nas redes sociais, e outros veículos midiáticos, inspirado pelo trabalho de Yoko Ono, faço uma reflexão analitica na qual critico discuros estéticos e sociais enraizados na antiguidade, com o intuito de revelar a essência identitária da raça humana como um todo.

Na série "Inquietações", composta por pinturas abstratas, faço um convite ao observador a mergulhar em seu próprio inconsciente. Utilizei formas geométricas e contornos irregulares para buscar um equilíbrio visual e cromático que propusesse uma reflexão sobre seus aspectos internos e íntimos, aquilo que muitas vezes nós mesmos não somos capazes de reconhecer. Uma vez que na Arte abstrata, a realidade não é a representação das ''coisas'', mas sim as suas próprias sensações extraídas em estado puro. Nesta série, busquei subverter o sentido comum da vida ao explorar a ideia de que a vida não é apenas uma sequência biológica, mas sim uma série de histórias que contamos a nós mesmos e aos outros. Esta série aborda a vida não como um entidade fixa, mas sim como um fluxo contínuo de energia que se transforma e se manifesta em diferentes maneiras. Assim sendo, essa ilusão que chamamos de vida, deve transcender quaisquer desaprovações sociais, pois a vida individual é inevitavelmente inseparável da vida coletiva.

O propósito da minha produção é valorizar a introspecção, subjetividade e a refletir sobre a sociedade contemporanea, ao provocar questionamentos sobre a existência e a realidade. Minha produção é engajada por uma expressão de resistência e sobrevivência, transformando a realidade que me cerca e me contamina em uma nova perspectiva crítica sobre a vida e o consumo contemporaneos.

 

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